Assessoria de imprensa para políticos e candidatos

Sumário:

  1. Características do jornalismo político no Brasil

  2. O perfil dos principais veículos de comunicação no Brasil

  3. A cobertura política

  4. Assessoria de imprensa ou lobby

  5. Assessoria de imprensa governamental e política

  6. Técnicas e ferramentas de assessoria de imprensa em marketing político

  7. Técnicas de divulgação dos tradicionais aos novos modelos de difusão

  8. Peculiaridades do relacionamento com a imprensa em situações de crise

  9. Referências bibliográficas

O jornalismo no Brasil já nasceu político. O primeiro jornal fazia críticas à administração da Corte Portuguesa. Criado por Hipólito da Costa, o Correio Braziliense mesmo proibido de circular pela Corte, conseguia chegar aos guetos e difundir suas ideias abolicionistas e sua posição liberal.

A Coroa reagiu e lançou seu jornal chapa branca, o Gazeta do Rio. Outros periódicos surgiram na época, sem grande sucesso devido a grande censura da Coroa, e olha que eles nem tinha passado pelo militarismo ainda hein. O período pós-independência também foi muito difícil para a imprensa.

E fato que a imprensa no Brasil sempre esteve ligada à grandes grupos políticos. Mesmo os grandes jornais que empunham a bandeira da imparcialidade têm algum vínculo político. No entanto, a imprensa ainda continua mantendo um elo muito forte entre a sociedade e o poder instituido.

Os políticos da época já conheciam o poder da imprensa e conseguiam influenciar a opinião pública em seus projetos políticos. Isso nos remete aos tempos atuais com os grandes veículos de comunicação nas mãos de Assis Chateaubriand e que tem grande influência sobre a opinião popular.

Mas ainda é possível encontrar alguns veículos um pouco “independentes” como o jornal de São Paulo considerado elitista, conservador e de tendência liberal. Já a Folha de São o Paulo é tratada como crítica, voltada para denúncias e apurações, mas não se sabe se ela é de direita ou esquerda mesmo o grupo tendo apoiado as “Diretas Já” . Os outros têm posições muito claras e políticas, principalmente os nanicos que geralmente pertencem a algum político, principalmente os prefeitos, deputados, governadores e senadores, nesta ordem de prioridade.

Uma pesquisa realizada pelo site Donos da Mídia revela que 271 políticos são sócios ou diretores de 324 veículos de comunicação (www.donosdamidia.com.br ) No entanto, a santa ingenuidade popular ainda tende a acreditar que o saiu no jornal é verdade incontestável.

Po isso, na hora de divulgar as informações do seu candidato, é importante conhecer a origem do veículo e do jornalista para o qual irá mandar o release, porque você pode estar dando ouro ao adversário. No entanto, não há grandes segredos na assessoria de candidatos. O segredo de se trabalhar bem com a mídia é criar boas relações com os jornalistas.

Outra questão importante a se observar é: Em ano eleitoral muitos especialistas irão aparecer com técnicas milagrosas para ganhar eleições, no entanto, é importante lembrar que nem sempre a melhor equipe irá ganhar todas as eleições, mas uma equipe despreparada não irá ganhar nenhuma eleição.

Fontes – como lidar com elas

Não é àtoa que o mundo é redondo, minha gente. Hoje você está tratando com um “mero” assessor de imprensa, amanhã este mesmo assessor por virar o diretor executivo de um grande jornal e ele pode não esquecer a sua arrogância quando falou com ele da última vez. #ficaadica

Por tanto, a primeira regra do bom jornalista é tratar bem a fonte. Também é preciso ter contato com muita gente, observar as informações que chegam de todos os lados para fazer uma boa apuração do que é verdade e do que realmente pode virar uma boa pauta. A apuração é fundamental, principalmente se a informação chega de algum político que certamente vai legislar em causa própria.

Outra dica importante é não aborrecer os jornalistas com discursos longos sobre a política.

Não organize entrevistas coletivas ou almoços desnecessários com a imprensa, nem tente atrair publicidade barata para seu assessorado, pois, assim, a mídia pode não levá-lo a sério.

Tenha cuidado com qualquer presente que der aos jornalistas. Responda com a maior rapidez e precisão possível às perguntas das organizações de mídia. Seja honesto.

Em situações difíceis, não tenha medo de se recusar a responder a uma pergunta.

Procure evitar respostas inúteis como “sem comentários”. Quando estiver em dúvida, peça tempo para dar uma resposta melhor e mais precisa. Seja firme, mas polido.

Fica muito mais ´fácil quando se trabalha a partir de uma agenda setting . Trata-se de uma “Análise editorial” um “retrato” da mídia, um mecanismo por meio do qual se avalia qualitativamente a cobertura da mídia, permitindo identificar oportunidades e falhas no trabalho da assessoria de imprensa e da área de comunicação. Utiliza uma metodologia variada, mas a base é a leitura isenta do material, atividade que pode ser terceirizada, para evitar a contaminação.

Fontes – Manter a distância mas nem tanto

É preciso manter o bom relacionamento que muitas vezes se estreitam e tornam-se amizades, mas nunca deixar de preservar a função social de cada um nesta relação para que mais tarde não seja transformado em cúmplice, ou seja influenciado pelo jornalista. Sem dúvida é uma relação de interesse mútuo mas que deve ser cultivada com parcimônia.

Não mentir, não oferecer vantagens em troca de belas reportagens ou pior, dinheiro para que algo não seja publicado é a pior prática que um assessor de imprensa pode ter e isso geralmente irá se espalhar como pólvora no meio jornalístico, aniquilando toda a sua credibilidade enquanto fonte ou porta-voz da mesma, o que é pior ainda.

O que se espera de uma boa assessoria de imprensa:

Ter transparência, sabendo administrar conflitos e nunca sonegar informações são à base de uma boa assessoria. No entanto, não se faz assessoria por fazer. É preciso planejar e seguir as orientações definidas, desprezando o improviso para evitar que o assessor se depare com surpresas, a não ser em situações especiais inesperadas, que mesmo assim devem fazer parte de um plano contingencial. Planejamento envolve relacionar e avaliar informações e atividades, definir os objetivos e metas e as estratégias para alcançá-los, além de fixar o prazo para que isso aconteça, seguindo as políticas institucionais. Depois das definições, o assessor lança mão de uma série de instrumentos que darão suporte às ações planejadas.

A assessoria eleitoral deve considerar que o sistema partidário eleitoral do país é frágil, o sistema partidário também e os meios de comunicação tem favorecido um novo meio de fazer política, através do tempo de TV. no entanto, há outras formas muito eficientes de se inserir neste contexto altamente competitivo: Algumas dicas muito importantes devem ser seguidas para maximizar a divulgação as informações: adicionar imagens para download e logos; adicionar links para informações de fundo; adicionar links para sites relacionados;

incluir vídeo e áudio;

oferecer acesso rápido a contatos;

utilize técnicas de e-marketing para orientar sua história, personalizar e enviar para o grupo ou região apropriados;

Se antes o jornalista utilizava o “modelo empurra”, que é o envio de press release para um número grande de profissionais buscando atingir o máximo possível da audiência, hoje a situação se inverteu. O novo “modelo puxe” significa o uso de feeds RSS para que blogueiros, jornalistas e outros clientes recebam informações de interesse. As relações devem ser invertidas, fazendo com que o fluxo de comunicação seja contínuo e tenha a participação de todos os agentes da comunicação.

Peculiaridades do relacionamento com a imprensa em situações de crise

O melhor remédio para a crise é enfrentá-la. Resolver o problema, comunicar isso e assumir o erro é a melhor forma de construir relações de confiança com a imprensa e com a opinião pública.

algumas regras básicas sobre o que fazer, o que não fazer e como se preparar para uma crise.

não discutir nem reagir agressivamente aos jornalistas, mesmo quando provocado. Manter-se calmo é fundamental;

evitar, mais do que nunca, comportamento de arrogância e indiferença;

O que fazer em uma crise?

Calma. Prepare-se.

Não saia falando sem saber de fato o que aconteceu. Declare à imprensa que você irá se informar e voltará a falar. E volte.

Não tema. Fale.

Se você não falar, alguém – qualquer um – vai falar por você, só que não necessariamente a verdade.

Mentir, jamais. A mentira tem mesmo pernas curtas. E, quando alguém descobrir que você está mentindo, um dos últimos e o mais precioso recurso que lhe resta – a boa vontade da opinião pública – estará perdido. Daí para frente, nada mais importa: você será o culpado. Assegure-se de estar sendo compreendido.

Tudo é um problema de comunicação. Jornalistas e opinião pública estão de fato entendendo e aceitando o que você está falando? Cuidado com termos técnicos e evasivos. Não especule. Não brinque. Não subestime. Cuidado com a impressão de que você é arrogante e age de má-fé. Jamais diga “sem comentários” ou “nada a declarar”, são frases antipáticas e dão a impressão de que há algo a esconder. Trate de ser identificado como crível, honesto.

A imagem e a credibilidade, no momento de crise, são decisivos. O que vale é aquele dito popular sobre a mulher de César: não basta ser honesto, você tem de parecer honesto. Monte um comitê para gerenciar a crise e sua comunicação. Prepare press releases, depoimentos, listas de perguntas e respostas, testemunhas favoráveis etc. Agende entrevistas e atenda bem a imprensa. Publique um anúncio explicando a posição da empresa.

Monitore a mídia e corrija erros. Mantenha ativos os canais de comunicação com o governo.

Se necessário, contrate os serviços de um call center para atender o público. Monitore a reação dos diversos públicos afetados (clientes, acionistas, fornecedores, governo, ONGs, comunidade e público interno) Mantenha todos bem informados. (adaptado de CALDINI, 2000).

O que não fazer em uma crise

“Estou sendo injustiçado.” Mesmo que você tenha feito tudo na boa-fé, não se julgue perseguido pela imprensa, pelo governo, pela associação de consumidores, pelos ambientalistas e até por sua própria mãe. Isso não resolve. Agrava a situação.

“Não é problema meu.” Não tente se preservar. Se seu medo é perder o emprego, saiba que tocar a crise com competência, ao contrário, pode significar ganhar uma promoção.“Respeite-me.” Por mais envolvido que você esteja, a questão não é pessoal. Menos envolvimento emocional facilita o raciocínio equilibrado. “Não quero incomodar meus chefes.” Não demore. Comunique a crise imediatamente a escalões mais altos. Tempo é chave. “Foi um episódio isolado. Não vai acontecer novamente.” Não ignore sinais de alerta. Resolva problemas potencialmente graves da primeira vez, antes de se tornarem crises. “Isso não vai dar em nada.” Efeito avestruz não ajuda. O que você prefere: um fim horroroso ou um horror sem fim? “Seguimos todas as normas, padrões e regulamentos da companhia.” E quem se importa com isso? “Legalmente estamos cobertos.” Ter razão em crises não significa vencer. A questão é de imagem e não apenas de leis. “Foi um problema menor. Não há motivo para pânico.” Não se iluda. Uma pequena rachadura em um dique pode significar catástrofe. Não negligencie seu público. Respeitados e bem informados, eles podem ser seus aliados. (adaptado de CALDINI, 2000).

Como se preparar para a crise

Na crise, a sorte conta pouco, o preparo, muito. Contrate uma assessoria qualificada para desenvolver um programa de treinamento em gerenciamento de crise. Envolva toda a direção e gerentes seniores da empresa. Faça um media-training (treinamento para lidar com a imprensa) de crise.Faça um brainstorming de possibilidades de crises no seu negócio. (adaptado de CALDINI, 2000).

Desenvolva um extenso questionário e prepare as respostas para as possíveis perguntas. Desenvolva mensagens-chave. Crie um comitê de crise e reúna-o ao menos uma vez a cada seis meses para novas avaliações. Lembre-se: a pior crise é aquela para a qual estamos pouco preparados. Não esperar o final da entrevista para revelar informações importantes;

não conceder off the records. Fonte: MBA Marketing Eleitoral e Político. Estudos sobre assessoria para políticos. Material de prova dissertativa.

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